Para “vestir” a Real Basílica de Mafra D. João V recorreu à encomenda de ornamentos e paramentos em França e em Itália (Génova e Milão).
A colecção é composta por paramentos nas cinco cores litúrgicas, ou seja o carmesim, o branco, o preto, o roxo, e o verde.
Segundo especificação do próprio Rei, os paramentos deveriam ser de
“...seda, não adamascada nem lavrada, mas sim forte, e de muita dura [... ] bordados a seda cor de ouro a mais parecida que puder ser com o mesmo ouro."
O uso de materiais menos nobres, como a seda amarela, o chamado “ouro dos pobres”, prende-se com o facto de estes ornamentos serem destinados a um convento franciscano obrigado a um voto de pobreza.
A importância desta colecção deve-se também ao elevado número de peças que a compõem. A título de exemplo, o paramento de gorgorão todo bordado que serve do confesso, usado na procissão do Corpo de Deus, tem 25 casulas, oito dalmáticas, doze capas bordadas, setenta pluviais, para além de panos de estante, capas de missal, pano de púlpito, umbelas, etc. Para a maior parte dos conjuntos existiam ainda dosséis, estandartes, pavilhões de sacrário, etc.
Foi ainda encomendada toda a “roupa branca” de sacristia, como albas, roquetes, cotas, toalhas, corporais, sanguíneos, etc.
(IYO/MFS)
Saber mais: Paramentos do Palácio Nacional de Mafra.pdf
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Quadrato, Génova, c. 1730 |
Casula e estola, França, c. 1730 |
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Almofada de missal, França, c. 1730 |
Capa de asperges, Génova, c. 1730 |
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Maniquetes, Milão, c. 1730 |
Dálmatica, Milão, c. 1730 |
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Luvas, c. 1730 |
Sapatos, c. 1730 |